O que é o transplante cardíaco? Entenda as indicações para o procedimento
O Brasil é o segundo país no mundo que mais realiza transplantes de órgãos. Em 2021, foram 332 transplantes cardíacos de acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).
O primeiro transplante de coração foi realizado no Brasil em 1968 no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e, desde então,
muitas mudanças viabilizaram a melhora do prognóstico de pacientes transplantados.
Apesar do protagonismo do Brasil no transplante de órgãos, ainda há muitas dúvidas sobre o tema, principalmente quanto às indicações de transplante cardíaco.
O que é o transplante cardíaco?
O transplante cardíaco é um procedimento cirúrgico no qual um coração doente ou disfuncional é substituído por um coração saudável de um doador falecido após autorização da família.
O transplante cardíaco pode ser realizado em qualquer faixa etária, desde recém-nascidos até idosos, caso haja a indicação médica.
Para a indicação do transplante cardíaco uma série de critérios é analisada em relação ao doador, como: morte encefálica confirmada, ausência de doenças transmissíveis, ter menos de 60 anos e função cardíaca adequada.
Além disso, também são considerados fatores como a
compatibilidade do tamanho e tipo sanguíneo entre o doador e o receptor,
por isso são feitos uma série de exames rigorosos para avaliação da compatibilidade e se o receptor está em condições clínicas de passar por um transplante. Após a retirada do coração do doador, o implante deve ocorrer no período de 4 a 6 horas.
Considerando essas etapas que antecedem o procedimento, o transplante de coração é dividido em:
- Incisão cirúrgica que é realizada com a abertura do tórax do paciente através do esterno;
- Conexão do paciente ao sistema de circulação extracorpórea: conectando a aorta e os principais vasos de retorno venoso a uma máquina que vai substituir, temporariamente, a função do coração e do pulmão do paciente, durante o transplante;
- Substituição do órgão doente pelo coração doado retirada do coração doente e implante do coração novo;
- Finalização do procedimento revisão de possíveis pontos de sangramento e fechamento das cavidades.
O coração doente não é removido em sua totalidade, sendo mantida a parede posterior de uma de suas cavidades (átrio esquerdo) que é ligada ao coração doado.
O tempo de cirurgia varia de acordo com a complexidade do caso e outras variáveis individuais, sendo que a duração pode variar de 4 a 12 horas, em média.
Indicações para o transplante cardíaco
As indicações do transplante cardíaco variam, de forma que a avaliação cardiológica e até mesmo uma segunda opinião médica são importantes para dar seguimento à opção.
Entre as indicações do transplante cardíaco estão
pacientes que têm doença cardíaca grave e não respondem mais a outros tratamentos
terapêuticos ou cirúrgicos. Entre as patologias que podem motivar essa opção estão:
- Insuficiência cardíaca grave;
- Cardiomiopatia dilatada;
- Doença coronariana avançada;
- Cardiopatia congênita complexa;
- Doença valvar cardíaca grave.
A indicação do transplante cardíaco raramente é a primeira opção de tratamento, uma vez que o acompanhamento clínico especializado adequado consegue, por vezes, postergar a indicação da cirurgia.
Fatores de risco
Uma vez que a disponibilidade de órgãos doados é limitada, a seleção de receptores baseia-se em critérios médicos rígidos, incluindo: compatibilidade comprovada por diversos exames entre o doador e receptor, gravidade da doença cardíaca, idade do paciente e doenças associadas.
Uma série de condições influenciam o prognóstico do procedimento, podendo inviabilizar a indicação do transplante cardíaco, como:
- Insuficiência hepática ou renal;
- Infecção ativa;
- Quadros avançados de diabetes mellitus;
- Doença pulmonar grave ou embolia pulmonar recente;
- Doença psiquiátrica grave;
- Uso ativo de entorpecentes;
- Tabagismo ativo;
- Expectativa de vida menor que dois anos;
- Presença de patologias que aumentem as chances de rejeição, como amiloidose, sarcoidose, hemocromatose ou lúpus;
- Ter mais de 70 anos idade;
- Câncer ativo ou histórico recente de câncer.
Apesar dessas contraindicações para o transplante cardíaco,
cada caso é avaliado individualmente pela equipe responsável.
Essas condições consistem em fatores de risco para o desenvolvimento de complicações associadas ao transplante cardíaco, que incluem: infecções, rejeição do órgão transplantado, gota, doenças renais e aterosclerose relacionada a transplante.
Pós-operatório e cuidados após o transplante cardíaco
Dados os riscos associados ao pós-operatório do transplante cardíaco, o paciente recebe uma série de orientações, inclusive de longo prazo.
A internação hospitalar varia de 7 a 14 dias após o transplante cardíaco, sendo que, em média, 5 dias são na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) para monitoramento contínuo da função cardíaca e respiratória, pressão arterial e níveis de oxigênio no sangue.
Na alta hospitalar, o paciente é orientado quanto aos cuidados imediatos que incluem os medicamentos, como antibióticos e imunossupressores, e os cuidados com a incisão cirúrgica.
Os
imunossupressores são medicamentos que reduzem a atividade do sistema imunológico do paciente
visando diminuir as chances de rejeição do órgão transplantado.
Entretanto, com o sistema imunológico deficitário, o paciente fica mais suscetível a doenças e infecções, razão pela qual
deve evitar a exposição em ambientes com muitas pessoas, o contato com pessoas doentes e a ingestão de alimentos crus.
Concomitantemente, o paciente deve seguir com o acompanhamento multidisciplinar, incluindo nutrição e fisioterapia para melhora da alimentação e do condicionamento físico.
Os riscos associados ao transplante cardíaco são maiores do período imediato após a cirurgia, de forma que qualquer alteração que seja indicativa de infecção deve ser imediatamente informada à equipe médica, como febre, vermelhidão, dor ou inchaço no local.
O
acompanhamento médico após o transplante cardíaco segue regular pelos primeiros cinco anos, o que inclui a realização anual de biópsia preventiva para descartar possível rejeição do órgão transplantado.
O paciente também será orientado quanto aos seus hábitos de vida, com destaque à alimentação, qualidade do sono e prática de atividades físicas.
No longo prazo, esses cuidados são essenciais à promoção da saúde cardíaca em geral.
Conheça o Dr. Fernando Figueira
Como visto, existem diferentes motivações que resultam nas indicações do transplante cardíaco, mas a avaliação individualizada é sempre indispensável.
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convidamos a conhecer o Dr. Fernando Figueira. Renomado Cirurgião Cardiovascular em Recife, Pernambuco, com mais de 15 anos de experiência, onde dedica sua carreira ao acompanhamento de pacientes com patologias cardiovasculares e insuficiência cardíaca grave.
Conte com a experiência do Dr. Fernando Figueira em transplante cardíaco, tanto para
diagnóstico e encaminhamento, como para uma segunda opinião médica.
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